Fundada pelos gregos e ampliada pelos romanos, Nápoles é uma das poucas cidades antigas europeias que nunca foi destruída. Cidade natal da imperatriz brasileira Teresa Cristina, casada com D. Pedro II, a cidade tem fama de desorganizada e perigosa. Realmente é menos “certinha” do que a ideia que temos na cabeça de “cidade europeia”, mas fiquei 3 noites na cidade e não achei nada perigosa. E inclusive cheguei à conclusão de que foi pouco tempo! A maioria das pessoas só passa pela cidade a caminho para as ruínas de Pompeia, mas vale a pena demais conhecer Nápoles de verdade, a cidade mais autêntica que já conheci na Itália.
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| Um das atrações de Nápoles é esse teto lindo da estação Toledo do metrô - a estação mais próxima da hospedagem que escolhi |
De vários pontos da cidade é possível ver o vulcão Vesúvio na paisagem e além do famoso vulcão, existem diversos outros passeios possíveis pela região, inclusive até a icônica ilha de Capri. Pela localização, Nápoles também é uma ótima opção de parada entre Roma e a Costa Amalfitana - foi o meu caso!
No post de hoje, dou dicas sobre hospedagem e gastronomia na cidade mais "caótica" da Itália - restaurantes, pratos típicos, comida de rua e doces para experimentar!
Onde comer em Nápoles e comidas típicas napolitanas
Dormi 3 noites em Nápoles, mas fiz diversos passeios durante o dia e só sobrava tempo para jantar na cidade. Claro que não podia deixar de comer no local onde a pizza margherita foi inventada, sendo fanática por pizza como eu sou! E também experimentei algumas comidinhas típicas da cidade, que contei abaixo...
Eu sou muito fã de uma boa pizza e acho as básicas mais interessantes e menos enjoativas do que as invenções malucas brasileiras. A pizza margherita é sempre uma boa pedida e por isso, não poderia deixar de conhecer o local que inventou talvez a pizza mais famosa de todas. Leia sobre a invenção dessa pizza aqui - as cores são uma homenagem à bandeira italiana (verde do manjericão, branco da mozzarela e vermelho do tomate) e o nome, à rainha Margherita de Sabóia. Eu cheguei um pouquinho antes do horário de abertura e pegamos uma das últimas mesas do lado de fora - é recomendável fazer reserva. Diferente do Brasil, as pizzas são grandinhas, mas mesmo assim consideradas individuais (isso na Europa inteira, aliás) e custam entre 6 e 10 euros. A pizzaria já era centenária e famosa na cidade quando foi inventado o sabor mais icônico (1889).
A pizza napolitana (ou pizza napoletana, em italiano) é considerada patrimônio imaterial da humanidade desde 2017 (mais especificamente a arte dos pizzaiolis napoletanos) e tem o selo de "Garantia de Especialidade Tradicional" europeu desde 2007. Uma verdadeira pizza napolitana precisa ter no máximo 35 centímetros de diâmetro e de um a dois centímetros de altura. São 2 variedades: a Margherita (que falei acima) e a Marinara (com molho de tomate, alho, orégano e azeite, sem queijo).
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| Ruas de Chiaia, região cheia de lojas e movimento noturno |
- Trattoria A Pignata - no Bairro Espanhol, indicado pela administradora do quarto que alugamos. Gostamos muito e o preço foi bem em conta. Só tinham locais comendo ali. Experimentei massa com batata ou "pasta e patate", comida típica da cidade e não vai ser a minha massa preferida, mas já que estava ali, tinha que comer - a aparência não é lá das melhores, mas sempre que viajo, dou preferência para comer coisas típicas do local e que não encontro no Brasil.
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- Fresco Trattoria - local perto do funicular no bairro Vomero. Escolhemos pela localização mesmo, mas a comida foi dentro do padrão e preços também. Cardápio com bastante opções.
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- Sfogliatella Mary - Sfogliatella é um espécie de croissant, típico no café da manhã napolitano - uma massa folheada recheada com creme de ricota. "Sfogla" significa camada ou folha. Existem opções variadas - experimentei a de chocolate e a com amêndoas. São vários locais vendendo o doce pela cidade, mas coloquei aqui o mais famoso (inclusive, acho que o que experimentei era de outro local que estava no meu caminho). Leia aqui as 2 possíveis origens do doce e aqui uma receita de sfogliatella.
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- Pizza Frita - Eu comi em um lugar aleatório no centro da cidade porque estava com fome e passei em frente, mas você encontra a pizza frita em qualquer esquina da cidade. Lembra um pastel mais massudo e muitas vezes o recheio é mozzarela, molho de tomate e ricota. A mais famosa é da Antica Pizza Fritta da Zia Esterina Sorbillo.
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Outros locais famosos e comidinhas para experimentar em Nápoles
- Trattoria Nenella (vá com bom humor para curtir os shows dos garçons e participar também. O restaurante ficava nas ruazinhas do bairro espanhol, mas mudou de local em dezembro/2023 - o vídeo abaixo é do local antigo), mas apesar de toda a apresentação parecer pegadinha turística, é recomendado por locais porque a comida é boa. Não reservam mesas.
- Gran Caffe Gambrinus, na Piazza del Plebiscito, uma das melhores cafeterias da cidade, desde 1860. Leia sobre as cafeterias históricas e melhores cafeterias em Nápoles.
- Antica Pizzeria Port’Alba - fundada em 1738 é considerada a primeira pizzaria do mundo! Fica no centro histórico, mas com pouco tempo na cidade, acabei não conhecendo. No início, faziam pizzas que eram vendidas por ambulantes pela cidade e não em um salão com mesas como vemos hoje.
- L'Antica Pizzeria da Michele, tem 150 anos, mas ficou bastante famosa depois de aparecer no filme "Comer, Rezar, Amar" e hoje está sempre com filas quilométricas. Como a localização não é muito legal (entre o centro e a estação de trem), acabamos nem indo - e também porque odiamos filas.
- Panuozzo - nasceu ao sul de Nápoles, em Gragnano, um sanduíche com a própria massa da pizza cortada ao meio e recheado com os mesmos ingredientes de uma pizza. Dizem que é comumente feita com sobras do dia para os funcionários, mas virou comida de rua napolitana.
- Montanara - uma massa frita, sem recheio, mas com molho de tomate, mozzarela e manjericão por cima. Experimente na Passione di Sofì (com 2 unidades que vou deixar marcadas no mapa no final do post), mas é encontrado em diversas lanchonetes e barraquinhas de comida de rua.
- Frittatine - são bolinhos fritos com diversos recheios. Em outros locais da Itália, existem outros "bolinhos" de arroz frito, mas este no caso é de macarrão, do tipo bucatini, além de presunto e queijo e ás vezes, ervilha. Não vi para vender, mas estava procurando outras comidinhas na verdade. Pode ser entrada em algum restaurante ou vendido em lanchonetes e barraquinhas de comida de rua. Veja aqui uma receita (em inglês).
- Babà ao rum - doce típico da cidade - um bolinho em formato de cogumelo, que seria meio sem gosto se não fosse embebido em rum. Eu acabei comendo em outros lugares dessa viagem e já tinha comido no Brasil muitos anos atrás. Achei que os italianos exageram na quantidade de rum e fica um doce muito forte. Um lugar recomendado para experimentar é a Pasticceria Capparelli, do vídeo abaixo, no centro e que também faz muitos outros doces. Leia aqui sobre a origem polonesa/francesa do doce, que depois de algumas alterações, fez sucesso mesmo no sul da Itália!
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Onde ficar em Nápoles
A região sul da Itália tem fama pela pobreza, criminalidade e menos empregos disponíveis, mas dá para curtir as férias em Nápoles sem problemas. Mas por conta disso, não recomendo hospedagem próxima à estação central de trens. As principais atrações também não ficariam tão próximas. A parte turística de Nápoles está dividida entre o centro e a área da Piazza del Plebiscito, além de pontos mais afastados. No vídeo abaixo, mostrei a Galleria Umberto I e a Piazza del Plebiscito.
Na região central de Nápoles ficam uma infinidade de igrejas, palacetes e ruas agitadas (durante o dia) incluindo a Spaccanapoli. Acredito que as ruas apertadas da região passem uma sensação de insegurança à noite. A algumas estações de metrô dali, entre a Piazza Dante e a Piazza del Plebiscito, está uma das principais ruas de compras, a Via Toledo, próxima do bairro espanhol ou Quartieri Spagnoli.
Eu aluguei um quarto na Via Toledo e é a localização que mais recomendo, sem sombra de dúvida, pois a região é servida de metrô - aquela estação linda do começo do post (para ir e voltar da estação de trem) e está a uma distância caminhável do porto, de onde partem barcos para Capri, Procida, Ischia, Sorrento e Costa Amalfitana. Dali o acesso também é fácil (por funicular) para o bairro Vomero, com lindas vistas da baía, e o incrível Museu Arqueológico de Nápoles pode ser visitado de metrô.
Em geral existem poucas opções de hotéis tradicionais e muito mais oferta de quartos para alugar em Nápoles. Uma área com muitas opções que sempre aparece nas pesquisas é Chiaia, mas considerei que o acesso a transporte público ali ficaria prejudicado e não valeria a pena mesmo sendo uma área aparentemente mais bonita e segura.
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| A fachada do prédio, a portinha estranha para entrar (muito comum na cidade e pela Itália toda - você tem que abaixar e também pular uma espécie de degrau) e o pátio no interior do prédio. O prédio tem um elevador pequeno - com as malas e 3 pessoas, tivemos que fazer 2 viagens na chegada e na saída. Da janela do meu quarto no Barbaja Suites in Street Toledo 205 dava para ver a cúpula da Galleria Umberto I (muito parecida com a Galleria Vittorio Emanuelle de Milão) |
O Barbaja Suites in Street Toledo 205 tem umas 5 opções de quarto e alugamos o triplo, que é o maior deles. Na verdade era quase um mini apartamento com 2 quartos, um maior com cama de casal, armário com cofre, frigobar e cafeteira e um menor com uma cama de solteiro, além de um banheiro. Considere que saindo do elevador ainda é preciso subir uns 4 ou 5 degraus de escada pois ele para entre andares diferentes (já tinha visto um elevador assim em Paris rs) e o banheiro/chuveiro não é acessível.
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| As 2 fotos de cima do quarto de casal, embaixo o meu quarto de solteiro à direita da porta de entrada e o banheiro, à esquerda da porta de entrada. |
A pessoa que nos atendeu na chegada ao Barbaja Suites in Street Toledo 205 foi bastante solícita, o contato por whatsapp previamente era rápido e eficaz e ela ainda deu dicas de restaurantes aprovados. Deixamos as malas em uma saleta de entrada porque chegamos cedo e no último dia, pudemos deixar as malas no mesmo local para turistar pela cidade (post em breve), já que nosso trem para Roma era mais para o final da tarde. No primeiro dia tivemos um problema com a cafeteira que estava vazando água, mas avisamos à noite por whatsapp (porque não fica nenhum funcionário no local 24 horas) e resolveram no dia seguinte.
Considerando a localização, o atendimento e o preço, com certeza ficaria novamente no Barbaja Suites in Street Toledo 205!
Se preferir outra opção ou um hotel propriamente dito, aqui estão todas as opções de hospedagem em Nápoles! Cheguei a fazer reserva no Mecla Suites (bem grudadinho na Piazza del Plebiscito), mas acabei cancelando. Outras boas opções, próximas à estação Toledo, mas menos próximas do porto seriam o Ostello Bello Napoli, Boutique Hotel Piazza Carità, Piazza Carità, Salotto Borbonico ou Hall inn B&B in Chiostro, também apartamentos para alugar.
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Li esse post salivando haha amo comida italiana e achei muito curiosas as regras sobre as pizzas. Também prefiro os sabores mais tradicionais que aquelas invenções estranhas (do tipo pizza de estrogonofe).
ResponderExcluirA minha tia é casada com um napolitano, tenho um retiro feito por ele guardado há mais de três anos e muita vontade de ir. Tenho esta ideia que a gastronomia é ótima. Obrigada por partilhar dicas.
ResponderExcluirUma delicia de post, os de comida sempre são os melhores...rsrs
ResponderExcluirAdorei as dicas de onde comer em Nápoles na Itália. O que você achou da pizza napolitana? A margherita original é muito melhor que a que encontramos por aqui?
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